segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quimica do vinho


Capitulo II

.QUIMICA DO VINHO

Açucares

Açucares da uva

As uvas são ricas em açucares
Os açucares não fermentisciveis (arabinose e xilose) encontram-se em pequena quantidade ( 0,5  a 1,7 g/l)
A riqueza do mosto em açúcar permite avaliar o grau provável da colheita
Após a fermentação o conteúdo em açúcar desce muito constituindo os açucares residuais do vinho



Açucares da uva e qualidade do vinho

Os açucares no fim da maturação da uva atingem 4 a 5 g/l
O teor em açucar contribui para a qualidade do vinho
Os vinhos secos têm menos que 2 g/l
Os vinhos meio-secos contêm até 20g/l
Os vinhos doces contêm até 40


Acidos orgânicos

Localização

Encontram-se nas células da polpa
Podem estar livres ou combinados com o potássio

Ácidos existentes na uva

Acido tartárico

Especifico da vinha
Sintetizado nas uvas verdes
Estável

Acido malico

Encontra-se em todos os frutos
Instável
Pode sofrer a fermentação malo-lactica

Acido succinico


Importância da acidez na vinificação

Na vinificação dos vinhos tintos é importante para revelar os corantes pois estes só revelam a cor em meio acido
Dá corpo e frescura ao vinho

Acidez total ou titulavel

É a quantidade de alcali necessária para levar a acidez 0 ( neutralidade) ou seja a ph 7
O acido carbonico e o anidrido sulfuroso não são doseados
A acidez e o grau alcoólico são factores importantes na característica dos vinhos


Acidez volátil

É formada essencialmente pelo acido acético e pequenas quantidades de acido propionico e butirico
A quantidade existente é muito pequema
A sua determinação permite conhecer o estado sanitário do vinho

Acidez e clima

Nos climas quentes os ácidos tartárico e malico perdem-se através dos processos bioquímicos de respiração da planta e por esta razão a acidez do vinho produzido nos países quentes é baixa
Como a acidez é inversamente proporcional à produção de açúcar estes vinhos são ricos em açúcar
É por esta razão que os vinhos das regiões quentes são mais doces e menos acidos

Polifenois


Os polifenois são responsáveis por algumas características organolepticas do vinho como a cor e a adstringência e ao mesmo tempo a eles se deve grande parte dos efeitos benéficos do vinho
Há polifenois corados e incolores

Polifenois corados

São antocianinas, pigmentos de cor vermelha ou azul, existentes nas castas pretas
Só são corados em meio acido
Os sulfitos fazem uma descoloração reversível
São pouco solúveis no mosto e na agua, mas são solúveis no álcool
É por esta razão que a vinificação em tinto necessita de uma maceração de seis dias das partes sólidas para a cor passar para o suco
Têm propriedades anti-oxidantes e por isso explicam em grande parte a acção benéfica de pequenas quantidades de vinho

Polifenois incolores

São principalmente os taninos
A sua quantidade depende das castas e da duração da maceração
São responsáveis pela adstringência do vinho


Transformações durante a vinificação

Fermentação alcoólica

A glicose transforma-se em acido piruvico (glicolise) , via metabólica comum a todos os seres vivos
 Uma levedura , na ausência de oxigénio irá transformar o acido piruvico em álcool etílico – fermentação alcoólica

Compostos originados na fermentação alcoólica

Provenientes de açucares

Glicerol

O glicerol representa 6 a 10 g/l
Tem sabor açucarado

Etanol

É  o produto final da fermentação
Representa 20 a 60 mg/l mas pode chegar a 300

Acido acético

É o responsável da acidez volátil
Representa 2 a 3 g/l

Acido sucínico

Representa 0,6 a 1,5 g/l


Álcoois superiores

São álcoois com mais carbonos que o etílico
São essenciais para o aroma secundário, particularmente os que têm mais de 10 carbonos


Esteres

Resultam da combinação de um acido com um álcool
O mais importante é o acetato de etilo que dá ao vinho um gosto de piquet
Os esteres com poucos carbonos são mais voláteis e revelam-se  dando gosto de frutos
Os com mais  carbonos revelam-se no gosto tardio como manteiga ou avelã
A esterificação prossegue no decurso do envelhecimento


Fermentação malo-lactica

Revela-se pela libertação de anidrido carbónico, modificação da cor e diminuição da acidez
Resulta da transformação do acido malico em acido láctico pela acção de bactérias
É uma segunda fermentação que se faz em certos vinhos, sempre nos tintos e por vezes nos brancos
Nunca se faz em vinhos com mais de 2g/l de açúcar residual
Esta fermentação diminui a acidez  e dá aos vinhos aroma e estrutura
Esta fermentação é  útil nos vinhos ácidos nas deve ser evitada nos vinhos pouco acidos

Compostos com enxofre

Encontraram-se no vinho mais de 100 compostos volateis contendo enxofre, dando alguns um cheiro desagradável ao vinho
A sensibilidade ao cheiro depende do tipo de vinho e da interacção com outros aromas do vinho
O mais comum é o sulfito de hidrogénio
São produzidos pelas leveduras pela redução de sulfatos e sulfitos durante a síntese dos aminoácidos
Em condições normais a maior parte é volatilizada e eliminada para o exterior juntamente com o anidrido carbónico
Atendendo ao baixo limiar olfactivo o sulfito residual pode representar um aroma incomodativo

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