Capitulo II
.QUIMICA DO
VINHO
Açucares
Açucares da uva
As uvas são
ricas em açucares
Os açucares
não fermentisciveis (arabinose e xilose) encontram-se em pequena quantidade (
0,5 a 1,7 g/l)
A riqueza do
mosto em açúcar permite avaliar o grau provável da colheita
Após a
fermentação o conteúdo em açúcar desce muito constituindo os açucares residuais
do vinho
Açucares da uva e qualidade do vinho
Os açucares
no fim da maturação da uva atingem 4 a 5 g/l
O teor em
açucar contribui para a qualidade do vinho
Os vinhos
secos têm menos que 2 g/l
Os vinhos
meio-secos contêm até 20g/l
Os vinhos
doces contêm até 40
Acidos
orgânicos
Localização
Encontram-se
nas células da polpa
Podem estar
livres ou combinados com o potássio
Ácidos existentes na uva
Acido tartárico
Especifico
da vinha
Sintetizado
nas uvas verdes
Estável
Acido malico
Encontra-se
em todos os frutos
Instável
Pode sofrer
a fermentação malo-lactica
Acido succinico
Importância da acidez na vinificação
Na
vinificação dos vinhos tintos é importante para revelar os corantes pois estes
só revelam a cor em meio acido
Dá corpo e
frescura ao vinho
Acidez total ou titulavel
É a
quantidade de alcali necessária para levar a acidez 0 ( neutralidade) ou seja a
ph 7
O acido carboni co e o anidrido sulfuroso não são doseados
A acidez e o
grau alcoólico são factores importantes na característica dos vinhos
Acidez volátil
É formada
essencialmente pelo acido acético e pequenas quantidades de acido propionico e
butirico
A quantidade
existente é muito pequema
A sua
determinação permite conhecer o estado sanitário do vinho
Acidez e clima
Nos climas
quentes os ácidos tartárico e malico perdem-se através dos processos
bioquímicos de respiração da planta e por esta razão a acidez do vinho
produzido nos países quentes é baixa
Como a
acidez é inversamente proporcional à produção de açúcar estes vinhos são ricos
em açúcar
É por esta
razão que os vinhos das regiões quentes são mais doces e menos acidos
Polifenois
Os polifenois
são responsáveis por algumas características organolepticas do vinho como a cor
e a adstringência e ao mesmo tempo a eles se deve grande parte dos efeitos
benéficos do vinho
Há
polifenois corados e incolores
Polifenois corados
São
antocianinas, pigmentos de cor vermelha ou azul, existentes nas castas pretas
Só são
corados em meio acido
Os sulfitos
fazem uma descoloração reversível
São pouco
solúveis no mosto e na agua, mas são solúveis no álcool
É por esta
razão que a vinificação em tinto necessita de uma maceração de seis dias das
partes sólidas para a cor passar para o suco
Têm
propriedades anti-oxidantes e por isso explicam em grande parte a acção
benéfica de pequenas quantidades de vinho
Polifenois incolores
São
principalmente os taninos
A sua
quantidade depende das castas e da duração da maceração
São
responsáveis pela adstringência do vinho
Transformações
durante a vinificação
Fermentação alcoólica
A glicose
transforma-se em acido piruvico (glicolise) , via metabólica comum a todos os
seres vivos
Uma levedura , na ausência de oxigénio irá
transformar o acido piruvico em álcool etílico – fermentação alcoólica
Compostos originados na fermentação
alcoólica
Provenientes de açucares
Glicerol
O glicerol
representa 6 a 10 g/l
Tem sabor
açucarado
Etanol
É o produto final da fermentação
Representa
20 a 60 mg/l mas pode chegar a 300
Acido
acético
É o
responsável da acidez volátil
Representa 2
a 3 g/l
Acido
sucínico
Representa
0,6 a 1,5 g/l
Álcoois superiores
São álcoois
com mais carbonos que o etílico
São
essenciais para o aroma secundário, particularmente os que têm mais de 10
carbonos
Esteres
Resultam da
combinação de um acido com um álcool
O mais
importante é o acetato de etilo que dá ao vinho um gosto de piquet
Os esteres
com poucos carbonos são mais voláteis e revelam-se dando gosto de frutos
Os com
mais carbonos revelam-se no gosto tardio
como manteiga ou avelã
A
esterificação prossegue no decurso do envelhecimento
Fermentação malo-lactica
Revela-se
pela libertação de anidrido carbónico, modificação da cor e diminuição da
acidez
Resulta da
transformação do acido malico em acido láctico pela acção de bactérias
É uma
segunda fermentação que se faz em certos vinhos, sempre nos tintos e por vezes
nos brancos
Nunca se faz
em vinhos com mais de 2g/l de açúcar residual
Esta
fermentação diminui a acidez e dá aos
vinhos aroma e estrutura
Esta
fermentação é útil nos vinhos ácidos nas
deve ser evitada nos vinhos pouco acidos
Compostos
com enxofre
Encontraram-se
no vinho mais de 100 compostos volateis contendo enxofre, dando alguns um
cheiro desagradável ao vinho
A
sensibilidade ao cheiro depende do tipo de vinho e da interacção com outros
aromas do vinho
O mais comum
é o sulfito de hidrogénio
São
produzidos pelas leveduras pela redução de sulfatos e sulfitos durante a
síntese dos aminoácidos
Em condições
normais a maior parte é volatilizada e eliminada para o exterior juntamente com
o anidrido carbónico
Atendendo ao
baixo limiar olfactivo o sulfito residual pode representar um aroma
incomodativo
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